O Museu Sítio de Memória ESMA é Património Mundial

29 de setembro de 2023

Em 19 de setembro, o Museo Sitio de Memória ESMA – ex Centro Clandestino de Detenção, Tortura e Extermínio da Argentina foi inscrito na lista do Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

O Museo Sitio de Memoria ESMA é a prova do terrorismo de Estado e a prova judicial nos casos de crimes contra a humanidade. Situa-se no edifício do antigo Casino de Oficiais da Escola de Mecânica da Marinha, que foi o núcleo repressivo do centro clandestino de detenção, tortura e extermínio durante a última ditadura, entre 1976 e 1983.

De acordo com a decisão adoptada pelo Comité do Património Mundial da UNESCO, ficou estabelecido que o Museu do Sítio de Memória da ESMA está associado e é representativo da repressão ilegal levada a cabo e coordenada pelas ditaduras da América Latina nas décadas de 1970 e 1980 com base no desaparecimento forçado de pessoas. A proteção estende-se ao resto da área de 17 hectares onde o Museu, na cidade de Buenos Aires, que é hoje o Espaço Memória e Direitos Humanos ex ESMA, como uma “zona tampão”.

Este reconhecimento mundial é também um reconhecimento dos defensores dos direitos humanos, da luta da sociedade como um todo, das políticas de memória, verdade e justiça, bem como um compromisso com a consolidação de uma cultura do Nunca Mais.

Para a região do MERCOSUL, trata-se de um reconhecimento muito importante dos direitos humanos. Neste sentido, em 2019, a Reunião de Altas Autoridades sobre Direitos Humanos do MERCOSUL (RAADH) aprovou uma declaração de apoio à candidatura do Museu do Sítio de Memória da ESMA a Património da Humanidade. Da mesma forma, em junho deste ano, a LIV Reunião de Ministros da Cultura do MERCOSUL aprovou por unanimidade a inclusão do Museu do Sítio de Memória da ESMA na Lista de Bens Culturais do MERCOSUL.

O Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos do MERCOSUL (IPPDH) saúda esta declaração da UNESCO para que os valores representados pelo Museu e Sítio de Memória do ESMA pertençam a todos os povos do mundo, independentemente do território em que se encontrem.
A decisão de o IPPDH ter a sua sede no Espaço Memória e Direitos Humanos ex ESMA representa um compromisso diário e uma reflexão quotidiana sobre o que aconteceu nos países da região durante o reinado das ditaduras, mas também a forma de contribuir para a construção da verdade, da memória, da justiça, das garantias de reparação e não repetição, para a consolidação de uma cultura baseada nos direitos humanos.

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Projeto financiado com recursos do Fundo para a Convergência Estrutural do MERCOSUL
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