IPPDH participou da inauguração do Museu de Direitos Humanos do MERCOSUL em Porto Alegre

08 de abril de 2014

Na Semana da Democracia, realizada do 1 ao 5 de abril nessa cidade brasileira, o IPPDH também apresentou o Acervo Documental Condor.Na Semana da Democracia, realizada do 1 ao 5 de abril nessa cidade brasileira, o IPPDH também apresentou o Acervo Documental Condor.

O Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos do MERCOSUL (IPPDH) participou da Semana da Democracia “Que nunca mais desapareça”, em Porto Alegre, Brasil, organizada do 1 ao 5 de abril na ocasião do 50 º aniversário do último golpe militar acontecido nesse pais. O evento central das jornadas foi a abertura do Museu dos Direitos Humanos do MERCOSUL (MDHM). O IPPDH também apresentou o Acervo Documental Condor, o primeiro guia de arquivos sobre as coordenações repressivas no Cone Sul. Houve palestras, painéis de discussão e espetáculos.

O Museu dos Direitos Humanos do MERCOSUL (MDHM) funcionará no prédio do Memorial do Rio Grande do Sul, na Praça da Alfândega . Da inauguração, realizada na terça-feira 2 de abril, participaram o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, o diretor do Memorial e Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul e do novo museu, Márcio Tavares dos Santos, o secretario-executivo do IPPDH, Victor Abramovich , as autoridades de Direitos Humanos do Uruguai, Javier Miranda e Graciela Jorge , a titular de saída do Ministério dos Direitos Humanos do Brasil, Maria do Rosário , e a nova titular desse órgão, Ideli Salvati.

A exposição inaugural do MDHM será “Deus e sua obra na América do Sul: a experiência dos direitos humanos através dos sentidos” e inclui obras, fotografias, vídeos, pinturas, esculturas, instalações e documentos de 145 artistas do Brasil, Argentina, Uruguai, Chile e Equador.

Ao inaugurar o museu, o governador Tarso Genro destacou que o projeto representa o trabalho de uma geração inteira sobre a democracia: “Nem todas são obras diretamente políticas, mas são trabalhos e documentos que se relacionam com um determinado período da histórica que nós temos que fixar na memória do povo e da cidadania”, afirmou.

O museu contará com mostras permanentes e realizará exposições focadasem outros temas, com a contribuição também do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs).Márcio Tavares dos Santos, diretor do museu, disse que o novo espaço terá a missão de ser um ponto de ligação entre as instituições dedicadas à memória existentes no MERCOSUL. “É um museu transnacional, uma experiência única no continente e talvez no mundo, cuja função principal será trabalhar pela integração, pela paz e pelos direitos humanos”, disse.

O prédio que abrigará o museu é a antiga agência dos Correios e Telégrafos, na Praça da Alfândega, em Porto Alegre. Funcionará de terças a sextas-feiras, das 10h às 19h, e aos sábados das 12h às 18h.

Victor Abramovich, secretário- executivo do IPPDH destacou o imenso desafio de construir uma memória regional. “Os países do Cone Sul compartilham um passado comum de lutas populares de enfrentamento das ditaduras. Esse passado comum é fundamental para a construção da nossa memória que é, por sua vez, essencial para aprofundar o processo de integração entre nossos países”, assinalou. “Não trabalhamos a memória”, acrescentou, “simplesmente para olhar para o passado, mas para pensar o futuro que queremos construir. Pensar o MERCOSUL como uma coordenação de políticas de Direitos Humanos é a melhor resposta que podemos dar à coordenação de políticas de terrorismo de Estado que foi a operação Condor”.

A nova titular da Secretaria dos Direitos Humanos do Brasil, Ideli Salvati, também participou da inauguração e destacou a importância de uma vigilância contínua sobre os inimigos da democracia. “Os germes do autoritarismo e da prepotência seguem latentes, como vimos há poucos dias no país, com pessoas dispostas a sair às ruas para defender a volta da ditadura. Embora as marchas convocadas tenham sido um fracasso, a mera disposição em convocá-las mostra que não podemos descansar, achando que esse perigo está eliminado”.

Como parte desta inauguração, foi realizada a Conferência Internacional “Memória, direitos humanos e políticas de reparação da memória, arquivos e museus “, na qual o IPPDH apresentou o Acervo Documental Condor, o primeiro guia de arquivos sobre as coordenações repressivas no Cone Sul. Jorge Vivar, pesquisador que trabalhou no seu desenvolvimento, foi o encarregado de detalhar as características do guia.

Fonte: Carta Maior. Créditos da foto: Alina Souza/Palácio Piratini.

Mais informação: Brasil 247 / Jornal Agora.

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Projeto financiado com recursos do Fundo para a Convergência Estrutural do MERCOSUL
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