15 de abril de 2019
O Ministro da Justiça e Direitos Humanos da Nação Argentina, Germán Garavano, recebeu dos Estados Unidos a remessa de documentos desclassificados sobre a Ditadura civil-militar argentina. Esses documentos detalham o Plano Condor, feito entre países do Cone-Sul para coordenar ações de terrorismo de Estado. A revelação dessa documentação auxiliará no desdobramento dos processos judiciais na Argentina sobre crime contra a humanidade cometidos no período de ditadura.
Como divulgado pelo jornal El Pais do Uruguai, o acordo firmado formalmente pelos países integrantes do plano (Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai) em 1976, descrevia o plano conjunto para “executar elementos subversivos” em terceiros países, que eram chamados de “Teseos” nos papeis. O acordo destinava mais de 10 mil dólares por mês para a execução do Plano, e detalhava inclusive a quantia que deveria ser destinada ao vestuário. Mais de 43 mil documentos foram entregues pelos EUA a Argentina.
O Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos do MERCOSUL (IPPDH) considera esse ato importante para levar adiante os processos de verdade e justiça que foram iniciados na Argentina e, atualmente, constituem um exemplo para países da região para que nunca mais realizem atos de terrorismo. Além disso, o IPPDH põe a disposição o Acervo Documental Condor (ADOC), que se trata do primeiro guia de arquivos documentais sobre graves violações de direitos humanos cometidos no âmbito das ações repressivas no Cone-Sul.
Os arquivos recebidos pela Argentina foram a maior entrega de documentos já realizada pelos EUA a outro país. São documentos produzidos por 14 agências estatais, entregues em remessas, sendo as primeiras realizadas em 2016.
Fonte: Ministério de Justiça; Jornal El País (Uruguai)
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